Quase 2/3 dos brasileiros não aplicam filtro solar diariamente, revela pesquisa
Pesquisador Lucas Portilho, especialista em proteção solar, explica que, em relação aos anos anteriores, aumentou número de consumidores que também leva em consideração a proteção UVA na hora de comprar um filtro. Apesar disso, percentual de consumidores que não aplicam filtro diariamente aumentou
São Paulo - 06/03/2017 - O número de brasileiros que não aplicam filtro solar diariamente aumentou e já chega a quase 2/3 dos consumidores, segundo pesquisa realizada pelo terceiro ano consecutivo e liderada pelo consultor e pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e do IPUPO Educacional. De acordo com os números, 65% da população não aplicam o filtro solar diariamente — em 2015, esse percentual era de 53% e, em 2014, 57%. "A redução no uso diário do filtro mostra que a conscientização não fez com que a população fizesse uso correto e diário do fotoprotetor. Talvez pelo alto custo e situação de crise financeira que se instaurou, a proteção solar ficou como segundo plano de consumo", conclui o pesquisador, que atua desenvolvendo filtros solares há mais de 10 anos. "Vale lembrar que o Brasil é um dos países com maiores índices ultravioleta do mundo por se localizar numa região tropical do planeta e onde a exposição solar é uma cultura que está comumente associada a hábitos saudáveis; o que, como já se sabe, nem sempre é verdade", completa. Para a pesquisa, foram entrevistadas 1307 pessoas de 21 capitais brasileiras.
Radiação UVA e Bronzeamento — Apesar disso, de acordo com Lucas Portilho, a pesquisa revelou que cresceu a conscientização dos consumidores com relação à importância da proteção UVA e os malefícios do bronzeamento. "O número de pessoas que ignora a proteção UVA ao comprar um filtro vem diminuindo ano a ano de acordo com a pesquisa: representava 77% em 2014, 71% em 2015 e 51% em 2016. Com relação ao percentual das pessoas que ainda consideram o bronzeamento uma prática saudável, os números também sofreram queda: 40% em 2014, 37% em 2015 e 15% no último ano", explica.
Lucas ressalta que a radiação UVA está presente na natureza em níveis muito maiores e mais expressivos que a radiação UVB (que causa queimaduras solares), e embora menos energética, é uma das mais perigosas. "Diferente da UVB, a radiação UVA atravessa vidros e janelas e penetra profundamente na pele, chegando até a derme, camada mais profunda da pele e onde se localizam as fibras de colágeno e elastina, gerando uma quantidade altíssima de radicais livres. Os radicais livres gerados por esta radiação causam aumento da degradação das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, sendo as principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, incluindo rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas", conta o especialista.
Câncer de pele — Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele não-melanoma (não maligno), causado pelo sol, é o mais incidente no Brasil dentre todos os outros tipos desta doença, com cerca de 134.000 novos casos em 2012 e 2013. "Também de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registrou em 2013, aproximadamente, 6.230 novos casos de melanoma (maligno), o mais letal e agressivo dos tumores cutâneos, sendo 3.170 em homens e 3.060 em mulheres. A estimativa de casos em 2016 é de 175.760, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres", alerta o pesquisador.
Hábitos e uso do filtro — A pesquisa ainda demonstrou hábitos dos consumidores com relação ao uso do filtro solar:
- 69% dos entrevistados não reaplicam o fotoprotetor, percentual igual ao de 2015 (71% em 2014);
- metade da população não utiliza o produto em dias nublados (74% 2015 e 70% em 2014);
- FPS 30, 50 e 60 são os preferidos dos usuários;
- apenas 6% consultam o dermatologista para indicação do melhor filtro (13% em 2015 e 14% em 2014);
- 32% aplicam o produto apenas no rosto (53% em 2015 e 52% em 2014);
- 41% se expõe ao sol apenas pela manhã por acreditar ser o horário mais seguro (52% em 2015 e 55% em 2014);
- apenas 7% utilizam roupas para se proteger do sol (10% em 2015 e 8% em 2014).
Lucas explica que, para a pesquisa de 2016, foi adicionada uma nova pergunta sobre a aplicação correta da quantidade de filtro solar: 27,62% disseram acreditar que usa a quantidade correta e outros 8,80% alegaram não aplicar corretamente; 43,15%, a maioria dos entrevistados, disseram não saber se aplica corretamente, em uma quantidade certa.
Por meio dos números, o pesquisador analisa que ainda são necessárias medidas de larga escala para esclarecer à população sobre os malefícios da radiação UV, principalmente no que diz respeito à radiação UVA, e que ainda se fazem necessárias campanhas de conscientização sobre o uso correto dos filtros solares.
FONTE: LUCAS PORTILHO
Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do IPUPO Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Formulações do IPUPO. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto IPUPO/SBE Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França e Mônaco. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina.
São Paulo - 06/03/2017 - O número de brasileiros que não aplicam filtro solar diariamente aumentou e já chega a quase 2/3 dos consumidores, segundo pesquisa realizada pelo terceiro ano consecutivo e liderada pelo consultor e pesquisador em Cosmetologia Lucas Portilho, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e do IPUPO Educacional. De acordo com os números, 65% da população não aplicam o filtro solar diariamente — em 2015, esse percentual era de 53% e, em 2014, 57%. "A redução no uso diário do filtro mostra que a conscientização não fez com que a população fizesse uso correto e diário do fotoprotetor. Talvez pelo alto custo e situação de crise financeira que se instaurou, a proteção solar ficou como segundo plano de consumo", conclui o pesquisador, que atua desenvolvendo filtros solares há mais de 10 anos. "Vale lembrar que o Brasil é um dos países com maiores índices ultravioleta do mundo por se localizar numa região tropical do planeta e onde a exposição solar é uma cultura que está comumente associada a hábitos saudáveis; o que, como já se sabe, nem sempre é verdade", completa. Para a pesquisa, foram entrevistadas 1307 pessoas de 21 capitais brasileiras.
Radiação UVA e Bronzeamento — Apesar disso, de acordo com Lucas Portilho, a pesquisa revelou que cresceu a conscientização dos consumidores com relação à importância da proteção UVA e os malefícios do bronzeamento. "O número de pessoas que ignora a proteção UVA ao comprar um filtro vem diminuindo ano a ano de acordo com a pesquisa: representava 77% em 2014, 71% em 2015 e 51% em 2016. Com relação ao percentual das pessoas que ainda consideram o bronzeamento uma prática saudável, os números também sofreram queda: 40% em 2014, 37% em 2015 e 15% no último ano", explica.
Lucas ressalta que a radiação UVA está presente na natureza em níveis muito maiores e mais expressivos que a radiação UVB (que causa queimaduras solares), e embora menos energética, é uma das mais perigosas. "Diferente da UVB, a radiação UVA atravessa vidros e janelas e penetra profundamente na pele, chegando até a derme, camada mais profunda da pele e onde se localizam as fibras de colágeno e elastina, gerando uma quantidade altíssima de radicais livres. Os radicais livres gerados por esta radiação causam aumento da degradação das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, sendo as principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, incluindo rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas", conta o especialista.
Câncer de pele — Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele não-melanoma (não maligno), causado pelo sol, é o mais incidente no Brasil dentre todos os outros tipos desta doença, com cerca de 134.000 novos casos em 2012 e 2013. "Também de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registrou em 2013, aproximadamente, 6.230 novos casos de melanoma (maligno), o mais letal e agressivo dos tumores cutâneos, sendo 3.170 em homens e 3.060 em mulheres. A estimativa de casos em 2016 é de 175.760, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres", alerta o pesquisador.
Hábitos e uso do filtro — A pesquisa ainda demonstrou hábitos dos consumidores com relação ao uso do filtro solar:
- 69% dos entrevistados não reaplicam o fotoprotetor, percentual igual ao de 2015 (71% em 2014);
- metade da população não utiliza o produto em dias nublados (74% 2015 e 70% em 2014);
- FPS 30, 50 e 60 são os preferidos dos usuários;
- apenas 6% consultam o dermatologista para indicação do melhor filtro (13% em 2015 e 14% em 2014);
- 32% aplicam o produto apenas no rosto (53% em 2015 e 52% em 2014);
- 41% se expõe ao sol apenas pela manhã por acreditar ser o horário mais seguro (52% em 2015 e 55% em 2014);
- apenas 7% utilizam roupas para se proteger do sol (10% em 2015 e 8% em 2014).
Lucas explica que, para a pesquisa de 2016, foi adicionada uma nova pergunta sobre a aplicação correta da quantidade de filtro solar: 27,62% disseram acreditar que usa a quantidade correta e outros 8,80% alegaram não aplicar corretamente; 43,15%, a maioria dos entrevistados, disseram não saber se aplica corretamente, em uma quantidade certa.
Por meio dos números, o pesquisador analisa que ainda são necessárias medidas de larga escala para esclarecer à população sobre os malefícios da radiação UV, principalmente no que diz respeito à radiação UVA, e que ainda se fazem necessárias campanhas de conscientização sobre o uso correto dos filtros solares.
FONTE: LUCAS PORTILHO
Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do IPUPO Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Formulações do IPUPO. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto IPUPO/SBE Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França e Mônaco. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina.
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