Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, fala sobre o primeiro trimestre da gestão em evento do LIDE PR
Temas polêmicos, como o projeto de ajuste fiscal proposto por Rafael Greca, foram debatidos durante o encontro, realizado para cerca de 150 diretores e líderes de empresas paranaenses
“É um plano de recuperação da cidade de Curitiba. Por exemplo, nós já somos dois funcionários na ativa para um aposentado. Em pouco tempo a Prefeitura de Curitiba não se sustenta mais. O meu dever é não permitir que Curitiba se torne outra Porto Alegre ou outro Rio de Janeiro”, afirma o prefeito Rafael Greca. “É por isso que estamos fazendo uma reengenharia das finanças municipais, sem parar com as atividades da Prefeitura”.
Durante o almoço-debate, Greca apresentou algumas das ações realizadas no primeiro trimestre de sua gestão que, segundo ele, “ao mesmo tempo em que eu conserto o avião em pleno voo, eu não posso deixar de prestar serviço”. Entre as ações apresentadas estão atividades de limpeza de ruas da capital; a reativação da Usina de Asfalto, para reiniciar os trabalhos de pavimentação da cidade - que começarão pela Rua Mateus Leme -; amplo mutirão de saúde pública; e o plano de pagamento de dívidas do município. “Até R$ 200 mil vamos pagar tudo de uma vez. Mais de R$ 200 mil vamos fazer leilão holandês. Quem der maior desconto, recebe antes”, afirma.
O prefeito apresentou, ainda, outros projetos que estão na pauta, como o repasse de equipamentos para hospitais – como um resgate da parceria entre Prefeitura e hospitais filantrópicos; reestruturação do programa “Mãe Curitibana”; reposição de remédios nos postos de saúde nos bairros; projeto “Alvará Fácil”; projeto “Balada Protegida”; e projeto “Vale do Pinhão” - coworkings púbicas, fab labs e trocas de experiência entre jovens e empresários. “Eu estou a 62 dias úteis na Prefeitura, é um grande esforço para reengenharia municipal. Eu vou reerguer essa Prefeitura na altura da grandeza dessa cidade”.
As perspectivas econômicas para o brasil
O almoço-debate do LIDE Paraná também contou com a presença do vice-chairman of the board do LIDE, Roberto Giannetti da Fonseca, que falou com o público, de cerca de 150 diretores e líderes de empresas paranaenses, sobre o atual cenário econômico do País. Giannetti, falou sobre o panorama de recessão econômica pelo qual o Brasil passa com, atualmente, aproximadamente, 12,5 milhões de desempregados.
“Essas pessoas estão com dificuldade para pagar aluguel e prestações, tirando filhos de escola, reduzindo o consumo e vivendo a angústia de cada dia. Eu não vejo, até o momento, uma reversão dessa taxa de desemprego de uma forma consistente, com a qual a gente possa dizer que está com a vida resolvida. Ao contrário, eu acredito que a taxa de desemprego ainda pode crescer nos próximos meses. A queda da inflação é louvável, mas precisamos sempre ponderar a que custo isso é feito. A inflação baixou porque os juros são estratosférico e a taxa de câmbio sobrevalorizada, e isso gera a inércia da atividade econômica, que ainda não recuperou”, explica o economista.
Giannetti menciona, ainda, o termo “desempresários”, para falar sobre o consequente fechamento de empresas. “Além do desempregado nós temos hoje a figura do ‘desempresário’, que também é muito lastimável. Mais de 200 mil pessoas que eram pequenos e médios empresários perderam seus negócios e deixaram de empreender. Essas saem da situação de empreendedores ‘arranhados’, porque entram no cadastro de devedores, passam a ter problemas trabalhistas, dívida tributárias. Precisamos pensar isso no Brasil, como reabilitar essa geração de empresários que foi sacrificada nesse momento da história econômica”.
Para o economista, o lado positivo é que o País está em um momento de grandes reformas e, segundo ele, é responsabilidade da sociedade civil fazer com que elas aconteçam. “E o LIDE também tem exercido esse papel, como um representante da sociedade civil, que deve cobrar para que essas reformas aconteçam de forma correta do ponto de vista do conteúdo e de solução para o futuro. As reformas têm efeito a médio e longo prazo na formação de expectativa, confiança do empresário, do investidor e do consumidor que, aos poucos, voltam a acreditar”.
Economista, formado pela USP, Roberto Giannetti da Fonseca foi diretor de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e ex-Secretário Executivo da Câmara de Comércio Exterior no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O presidente do LIDE Paraná, Fabrício de Macedo, destacou a importância das políticas voltadas a impulsionar a economia brasileira e também ressaltou o desejo de evolução da capital paranaense. “Eu acredito que o importante não é somente o legado, mas o que está sendo feito no momento. Que a gente saiba encontrar todos os dias valores, princípios, conceitos. O presente é importante e o desenvolvimento é hoje. Eu quero que Curitiba seja melhor”. Em comemoração ao aniversário de 324 anos de Curitiba, celebrado no dia 29 de março, foi realizado, durante o almoço-debate, um singelo tributo à capital: todos os participantes do evento receberamcupcakes e cantaram, juntos, parabéns à cidade, apagando, ao fim, as velas em sua homenagem.
Estiveram presentes, ainda no almoço-debate do LIDE, a diretora da unidade de jornais da GRPCOM, Ana Amélia Filizola; o presidente do conselho do Grupo J. Malucelli, Joel Malucelli; o presidente do Grupo RIC, Leonardo Petrelli; e o presidente da Fecomercio, Darci Piana.
Um pouco sobre o LIDE
Idealizado e presidido pelo empresário João Dória Jr. o LIDE conta, atualmente, com mais de 1.700 empresas filiadas que, juntas, representam mais de 53% do PIB privado brasileiro. Tem matriz em São Paulo e unidades em diferentes estados brasileiros, além do Paraná. O Grupo também está presente internacionalmente, em quatro continentes, nos seguintes países: Alemanha, Angola, Argentina, Chile, China, Estados Unidos, Itália, Marrocos, Moçambique, Portugal, Uruguai e Oriente Médio.
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