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Seguro de vida, um nicho que desperta o interesse dos investidores


Um dos pontos altos do interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil é o seguro de vida. Enquanto em países como a Suíça o consumo per capita de seguros ultrapassa US$ 4 mil por ano, no Brasil não chega a US$ 180. Segundo dados de um estudo da Swiss Re, os prêmios dos seguros de vida deverão globalmente crescer ainda mais em 2016 nos mercados emergentes, uma vez que nas economias maduras o produto apresenta estagnação e até recuo. Em 2015, por exemplo, nos Estados Unidos as vendas de seguro de vida recuaram 2%, no Reino Unido 3,6% e no Japão o crescimento foi de apenas 1,2%.

A análise desses dados faz com que o Brasil se torne um dos principais emergentes na lista dos investidores, agora ainda mais entusiasmados com o país em razão da aprovação da legislação para lançamento do Universal Life, em final de dezembro, pela Susep. Trata-se de um seguro de vida que mescla risco com acumulação, líder de vendas nos países desenvolvidos.

Um recente estudo realizado pela Zurich em parceria com a Universidade de Oxford em 11 países de diferentes continentes destaca o potencial de vendas do Brasil. Segundo a seguradora, que atua em mais de 170 países, as falhas na proteção de renda são um desafio global muito grande para ser resolvido de forma separada, sendo necessário um esforço compartilhado entre governo, empregadores, seguradoras e indivíduos.

No mundo todo, 38% das mais de 11 mil pessoas entrevistadas disseram acreditar que existe menos de 10% de chance de um evento impedir sua capacidade de gerar renda. No Brasil o índice é maior: 41% acreditam ter até 10% de chance de ficarem sem renda devido a doença ou invalidez. A conclusão se mostra mais alarmante quando considerado outro fator: 44% dos pesquisados já tiveram perda de renda devido à invalidez ou morte de algum familiar.

No caso do Brasil, identificou uma triste realidade: os brasileiros estão muito desprotegidos em termos econômicos. 72% dos entrevistados afirmam ter recursos para no máximo seis meses, caso percam a capacidade de gerar renda. Dos brasileiros questionados sobre o que aconteceria caso perdessem repentinamente a capacidade de gerar renda, 28% disseram não ter recursos por mais de um mês, em caso de sofrerem doença grave ou invalidez. Outros 27% responderam que o tempo limite seria três meses, enquanto 17% teriam no máximo seis meses de recursos.

Outra constatação: 67% dos brasileiros entrevistados preferem benefícios a melhores salários. Somente 19% preferem salários mais altos em detrimento dos benefícios, entre os mais de mil entrevistados no Brasil. O estudo aponta que no mundo todo a maioria das pessoas preferem benefícios, alcançando média global de 60%. O México é o único país que tem índice maior do que o brasileiro: 79%.
Apesar desta preferência marcante, somente 13% dos entrevistados nos 11 países disseram já ter recebido este tipo de oferta de seus empregadores.

Ao mesmo tempo, e reforçando a importância dos empresários na conscientização sobre prevenção à perda de renda, a oferta de benefícios por empregadores representa a primeira razão para a compra de um seguro complementar. 42% dos brasileiros que têm seguros contra perda de renda devido morte e 36% dos que têm produto preventivo a doença ou invalidez adquiriram o produto por intermédio de seus empregadores.

O mercado de seguro de vida tem muito para crescer ainda no Brasil. Somente 19% entre mais de mil brasileiros pesquisados pela seguradora Zurich têm o produto que previne a perda de renda em caso de morte, o pior índice entre 11 países pesquisados para o Estudo Zurich. O segundo país com mais baixo índice é o Reino Unido, com 21% de penetração deste tipo de seguro. A média global é de 32% de assegurados. Especificamente em relação a Seguro contra doença ou invalidez, somente 22% dos entrevistados no Brasil têm o produto.

Ainda sobre os dados nacionais, 78% afirmam não ter bom conhecimento sobre os produtos contra perda de renda causado por morte, e 71% não conhecem bem os que previnem perda causada por invalidez ou doença grave.

Dentre os entrevistados que não têm o seguro de vida no Brasil, mais da metade (56%) considera adquirir algum tipo de produto de proteção de renda. O Brasil apresenta maior interesse em comprar algum tipo de seguro de vida que outros sete países analisados, tendo índice menor que Itália (65% de interesse), México (71%) e Malásia (73%).

Outro dado interessante observado pelo Estudo Zurich é que, entre os brasileiros entrevistados, 68% consideram melhor receber a indenização em pagamentos regulares, e 20% preferem o montante total.

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