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Micropoluente presente em centros urbanos causa envelhecimento precoce na pele


Estudar a partícula PM2.5, que é 30 vezes menor que a partícula do fio de cabelo, é o maior desafio da indústria cosmética para reverter os seus danos à pele. Micropoluente vem da emissão de diversas fontes, inclusive do combustível, e está presente nos grandes centros urbanos

O mercado de cosméticos está muito preocupado com elevados índices de poluição do mundo. Desta forma, surgiu uma novidade na área de cosméticos que promete atingir vários países: os antipoluentes, que visam remover da pele as partículas da poluição do ar para abrir espaços para os tratamentos e evitar contaminações e a produção de radicais livres. São os Anti-PM2.5 - material particulado de 2,5 micrômetros, fortes agentes que se depositam na pele, causando danos à barreira cutânea, formação de radicais livres e envelhecimento celular. Produtos recém-lançados incluem propriedades com proteção solar, destoxificação, limpeza profunda por isolamento, ao criar um filme invisível na superfície da pele que previne os poluentes de se depositarem ou adentrarem a pele, porque eles quebram certas proteínas e lipídios, o que leva à inflamação e a consequente degradação do colágeno.

Segundo a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy of Dermatology (AAD) e CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School, Dra. Claudia Marçal, "é um efeito bola de neve que, ao longo do tempo, pode causar sérios danos". As PM 2.5 são pequenas partículas, de tamanho 30 vezes menor que um fio de cabelo, que ficam no ar e reduzem a visibilidade, causando nebulosidade quando o seu grau está elevado. Mesmo que as micropartículas não penetrem na pele, elas influenciam as suas funções, causando desidratação ou até acne, além de produzir radicais livres. Além disso, é motivo de estudos em várias universidades do mundo todo, pois, de tão pequenas, são inaladas com facilidade, causando vários problemas respiratórios.

A indústria cosmética está muito atenta à tendência e já existem produtos específicos para este fim. A marca Hua Niang lançou a primeira linha voltada exclusivamente para os danos da poluição na pele, como poros obstruídos, pele amarelada, acne, rugosidade e envelhecimento precoce. Formulados com extratos de raiz de lótus, os ingredientes formam um filme de alta densidade que isola partículas, pó, pólen, impedindo que entrem pelos poros e garantindo frescor com a injeção de oxigênio.

Uma das apostas internacionais é a tecnologia de carbonização secundária combinada com Kaolin, o que permite uma limpeza cinco vezes mais forte do que muitos cleansers. Estée Lauder introduziu a coleção Enlightned, que ajuda a quebrar o ciclo de ação dos inimigos diários da pele. A 100% natural Tata Harper também apostou num cleanser purificante que promete agir contra o envelhecimento acelerado pela poluição.

Eles não estão se referindo somente às partículas de raios UV que todos conhecem, mas também à poluição que vem da camada de ozônio. É uma mistura de luz solar e produtos químicos emitidos por fontes como carros e plantas. Suas moléculas perigosas podem acelerar o processo de envelhecimento da pele. "No final do dia, os poluentes que mantemos contato diariamente são inevitavelmente incorporados - mas isso não significa que não devemos prestar atenção", recomenda Dra. Claudia. Uma limpeza mecânica, com uma escova suave, como o iCleanser (R$ 299,00), da Basall (www.basall.com.br), pode colaborar na retirada da fuligem microscópica pelo menos duas vezes por semana. Os lenços de limpeza, especialmente à noite, ajudam também. A indicação de produtos com antioxidantes poderosos como a flor de Edelweiss (presente no tônico U.SK Balance Toner, da Under Skin - R$ 159,00, www.underskin.com.br) também ajuda a reparar os danos.

Em um projeto colaborativo , os pesquisadores Olay se juntaram com o departamento de dermatologia do Hospital Geral da Força Aérea de Beijing, para estudar a relação entre essa cidade com uma qualidade de ar entre os piores do mundo e incidência de problemas de pele. O estudo, com 15.000 pacientes analisados entre 2013 e 2014, mostrou uma correlação positiva entre os valores de PM 2.5 (partículas moleculares de até 2,5 micrômetros) e o número de pacientes ambulatoriais com urticária em Pequim. Quando o nível está acima de PM 2,5 200 ug/m3, a correlação passa a ser mais forte do que no nível mais baixo. Além disso, há um efeito de defasagem de PM 2.5 no número ambulatorial de urticária que pode durar até 20 dias. Para os pesquisadores, isso significa que poderia ser definido 200 ug/m3 como nível de referência em futuras pesquisas para estudar o impacto de PM 2.5 em concentrações de alto nível e da relação entre PM 2.5 e outras doenças de pele. Para a dermatologista, "outros estudos são necessários e está se tornando cada vez mais importante reconhecer a influência da poluição do ar sobre doenças de pele e tirar essa influência em consideração ao fornecer sugestões de tratamento, tais como a limpeza profunda e reparação da barreira".

Tendência confirmada
Segundo a Mintel, entre 2011 e 2013, houve um crescimento de 40% no lançamento de produtos de beleza com a mesma proposta. Os produtos antipoluentes de limpeza corporal de uso pessoal também apresentaram crescimento de 63% e os da área capilar cresceram 61%, enquanto que os de tratamentos de pele, 46% no mesmo período. A empresa identificou crescente sensibilização dos consumidores para a poluição, o que fez desta uma tendência-chave para 2015.

Com efeito, no Reino Unido, 83% dos adultos sentem que o estilo de vida tem um grande impacto sobre a pele e 22% das mulheres procuram produtos de limpeza para proteger a sua pele a partir do meio ambiente ou da poluição. Consumidores mais velhos são um alvo particular, 31 % das mulheres britânicas que usam produtos faciais usam um hidratante para combater os efeitos da poluição do ambiente, mas o número sobe para 48% das mulheres com 65 anos ou mais.

O grande vilão do meio ambiente
A queima de combustíveis fósseis é um grande problema ambiental. Mas a preocupação com esse tipo de emissão não deve ser apenas com o dióxido de carbono (CO2), gás de efeito estufa que contribui fortemente para o aquecimento global. Também o material particulado (PM) é um resíduo da queima de combustíveis fósseis de extrema toxicidade.

De acordo com o a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), o PM é uma mistura de micropartículas, que podem ser dos mais diversos materiais, como compostos químicos orgânicos, ácidos, como sulfatos e nitratos, metais, e até mesmo poeira. Segundo a Agência, o material particulado pode ser dividido em duas categorias. O PM 2,5 é formado por partículas cujo tamanho chega até 2,5 micrômetros e pode ser encontrado em nevoeiros e na fumaça. Já o PM 10, com partículas de tamanho entre 2,5 e 10 micrômetros, pode ser encontrado em regiões próximas a indústrias.

Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.

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