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Dicas para o produtor de soja melhorar a gestão financeira

Volatilidade dos preços da soja exige maior domínio sobre a administração dos negócios


agricultura, por si só, já é uma atividade de alto risco. Produtores estão sujeitos a adversidades da natureza, como questões climáticas e ataques de pragas. A administração geral dos negócios do agro, da produção à comercialização, é uma tarefa árdua para sojicultores, uma vez que os preços da soja são voláteis e dependentes de fatores macroeconômicos. Assim, uma má gestão financeira pode ser catastrófica.

“Produtores rurais devem buscar informação qualificada para melhor administrar seus recursos”. Isso é o que defende Leonardo Sologuren, presidente do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), que promove as melhores práticas de sojicultura.

“A gestão financeira sempre foi um tema de preocupação dos produtores rurais, porém, muito pouco adotado na prática. Essa é uma atividade que exige o mínimo de capacitação”, explica. De acordo com Sologuren, para uma boa gestão é importante entender conceitos como margem de contribuição, fluxo de caixa e Retorno Sobre o Investimento (ROI). “Saber o preço dos produtos na ponta da língua não é gestão financeira. A gestão busca a alocação do capital da melhor forma possível, trazendo transparência ao acionista e oportunidades de alocação do lucro”, pontua.

Um aspecto positivo dos tempos atuais é que, com a sucessão familiar, a nova geração de produtores está mais capacitada para administrar os negócios. “Além de serem ativamente digitais, buscam trazer melhores conceitos de governança para o negócio que está sendo herdado”, afirma Sologuren. O presidente do CESB diz que a dinâmica da agricultura e a exigência cada vez maior por profissionalismo tem feito o produtor, que antes era muito voltado para o campo, agora estar voltado à gestão do negócio.

Segundo Sologuren, o fluxo de capital envolvido em uma atividade agrícola é bastante elevado. Em razão disso, o produtor necessita captar recursos previamente para a aquisição de insumos e geração de caixa, além de investir em tecnologia. Para facilitar a gestão, é importante:
Ter um profissional dedicado a área financeira e contábil;
Utilizar softwares de gestão que controlem entradas e saídas;
Buscar capacitação mínima sobre gestão financeira;
Realizar um curso de formação de preço e comercialização de soja. Essa é uma atividade fundamental para ter o negócio direcionado por margens, e a partir daí saber realizar operação no mercado futuro ou de opções que possam mitigar os riscos de perda.

Como as variáveis que definem o preço da soja no mercado incluem o PIB, o dólar e as condições de oferta e demanda, o produtor é basicamente um tomador de preços. “Nesse sentido, a liderança em custo e a performance é o que está sob sua gestão. O produtor deve buscar sempre os incrementos de margem via ganho de produtividade, uma vez que, dada a volatilidade dos preços, é preciso perseguir a margem positiva independente da condição dos preços, entendendo que há um limite econômico para isso”, explica.

Uma boa gestão financeira está também associada a sustentabilidade, segundo Leonardo Sologuren. “Há cada vez mais uma pressão global a respeito de práticas sustentáveis. Produzir mais soja na mesma área significa menor pressão por desmatamento. Portanto, produtores de alta performance deveriam sim, receber prêmios adicionais sobre o preço da soja em virtude de reduzir a pressão por aumento de área”, diz. O presidente do CESB opina que modelos financeiros de monetização para estimular essa prática, assim como metodologias para certificar a performance produtiva e a sustentabilidade do negócio (que envolve, além do tema ambiental, a questão socioeconômica) são pilares que se tornarão cada vez mais fortes na sociedade.

Por fim, o presidente do CESB pontua que a busca por eficiência deve ser algo inerente à atividade agrícola, uma vez que a liderança em custo é fundamental para que o negócio se mantenha a médio e longo prazo. “Por ser um setor cíclico, de altos e baixos, quem não estiver preparado para os momentos de ‘vacas magras’ acaba sofrendo de forma mais intensa. Isso os obriga, com certa frequência, a ter que passar o ativo terra para um profissional mais eficiente”, finaliza.

O CESB foi criado com o objetivo de oferecer um ambiente regional e nacional que estimule sojicultores e consultores técnicos a desafiar seus conhecimentos incentivando o desenvolvimento de práticas de cultivo inovadoras. O CESB é composto por 19 membros e 30 entidades patrocinadoras: BASF, BAYER, SYNGENTA, UPL, FMC, JACTO, Mosaic, Superbac, Corteva, Elevagro, Eurochem Fertilizantes, ICL, ATTO Sementes, Stoller, Timac Agro, Brasmax, Stara, Datafarm, Somar Serviços Agro, Ubyfol, Fortgreen, KWS, Yara, Sumitomo Chemical, HO Genética, FT sementes, Biotrop, Koppert e IBRA. Para saber mais, acesse: https://www.cesbrasil.org.br/

No dia 25 de outubro, o CESB abrirá as inscrições para a 14ª Edição do Desafio Nacional de Máxima Produtividade.

Fonte: Ação Estratégica Comunicação

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